Em 2024, o setor do turismo em Portugal alcançou novos recordes, consolidando-se como um dos pilares fundamentais da economia nacional. De acordo com dados preliminares divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), os estabelecimentos turísticos do país receberam aproximadamente 31,6 milhões de hóspedes, resultando em 80,3 milhões de dormidas, o que representa aumentos de 5,2% e 4%, respetivamente, em relação a 2023.
Este crescimento, embora significativo, indica um abrandamento no ritmo de subida comparado com anos anteriores. Em 2023, o aumento das dormidas foi de 10%, enquanto em 2024 situou-se nos 4%. Este abrandamento pode ser atribuído a diversos fatores, incluindo a maturação do mercado turístico português e desafios económicos globais.
As receitas provenientes do turismo também atingiram valores históricos, ultrapassando os 27 mil milhões de euros. Este montante reforça a importância do turismo como motor económico, representando uma parcela significativa do Produto Interno Bruto (PIB) nacional.
A distribuição geográfica do crescimento turístico revelou tendências interessantes. A região Centro destacou-se ao ultrapassar, pela primeira vez, a marca das 8 milhões de dormidas, registando um aumento de 5,5% face ao ano anterior, superior à média nacional. Este desempenho evidencia a crescente atratividade de áreas para além dos tradicionais destinos turísticos.
Lisboa continua a captar o maior número de dormidas. “O município de Lisboa concentrou 19,6% do total de dormidas, atingindo 15,7 milhões (+3,6%). As dormidas de residentes diminuíram 0,8% e as de não residentes cresceram 4,4%. Este município concentrou 23,9% do total de dormidas de não residentes em 2024 (24,0% em 2023)”, refere o INE.
Os estabelecimentos de alojamento local registaram-se aumentos de 4% nos proveitos totais e 4,4% nos proveitos de aposento. No turismo no espaço rural e de habitação, os aumentos foram de 9,5% e 6,3%, respetivamente.
Para 2025, o governo prevê um crescimento de 9% no setor turístico, apoiado em estratégias de diversificação da oferta e melhoria das infraestruturas. Entre as iniciativas em destaque estão a potencial privatização da TAP, a expansão da capacidade aeroportuária e o desenvolvimento de ligações ferroviárias de alta velocidade, fatores considerados cruciais para sustentar o crescimento contínuo do turismo em Portugal.
